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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

SENSORIAL

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Um drink de assinatura by Joe from 49th Parallel

Thiago Sousa

Comentei no post anterior que ao lado da grandiosa arena de competição do World Barista Championship durante o SCAA Show, em Atlanta, USA, foi feita uma instalação com diversos balcões para performance de baristas, equipamentos e torrefações de cafés artesanais.

Três diferentes baias abrigaram máquinas de espresso da italianíssima Nuova Simonelli, enquanto que a quarta apresentava o futurístico aquecedor da britânica Marco Beverage Systems  como comentado no post anterior. 

Uma escala de rodízio foi montada para que todos os dias pelo menos 2 empresas pudessem se apresentar em cada baia.

No dia 17, quando a barista brasileira Yara Castanho competiu no Mundial, tive a oportunidade de rever o trabalho de uma das melhores fine roasterie da British Columbia, Canada, mais precisamente de Vancouver: 49th Parallel.

Comandada por Vince Piccollo, ardoroso torcedor do Milan, esta já cultuada torrefação é o segundo negócio da família, que manteve anteriormente a micro-rede premium Caffè Artigiano. Portanto, a cor escolhida para estampar a logo da 49th Paralel não poderia ser outra que não o azul milanês

Esta operação conta, além de Vince, que é o head, com os irmãos Michael, habilidoso Roaster Master, e Sammy, o mais novo de todos, mas certamente o melhor barista do mundo da atualidade.

Digo mais:  Sammy é o melhor barista do mundo de todos os tempos.

Nesta última edição do WBC – World Barista Championship, novamente ele ficou na segunda colocação, inicialmente para sua frustração. Porém, Sammy é o único barista no mundo que conquistou 3 vice-campeonatos e 1 terceiro lugar!

Uma sequência tão impressionante de conquistas é resultado do que considero um dos mais importantes ingredientes para os grande nomes: consistência e regularidade. Com isso, o resultado deixa de ser obra do acaso. É a diferença entre um cometa e uma estrela: um cometa possui estonteante beleza, mas logo se vai, enquanto que uma estrela esparrama seu brilho por muito tempo…

Voltando ao “drink tema” deste post, os irmãos Piccolo sempre deram tratamento especial ao treinamento dos baristas. Joe, um descendente nipônico, foi um dos 2 baristas de plantão do 49th Parallel no balcão de performances e que bem representa esse trabalho.

Ele usou como base para o seu Signature Drink (= drink de assinatura)  um blend primoroso denominado Epic Espresso e que contava com um lote de Brasil Daterra Coffees, juntamente com lotes de El Salvador e Ethiopia.

O espresso resultante era de uma complexidade de aromas simplesmente bestial, saindo de notas florais a jasmim, passando por frutas vermelhas e apresentando fundo a caramelo e nozes. O equilíbrio entre o sabor, que era de grande doçura, mas, ao mesmo tempo, com delicioso cítrico de frutas vermelhas e fundo a dark chocolate, a elegante acidezcítrica adocicada intensa, mas não demasiada, e a aveludadasensação de corpo, estava fantástico.

Seu drink tinha ao fundo o equivalente a uma colher de chá deAceto Balsamico, seguido de uma dose de espresso do blendEpic, figo seco em finos pedaços batidos com o creme de leite aerado e uma elegante aspersão de sal negro do mediterrâneo.

Uau! Foi bom demais!

Irish Coffee Festival: St. Patrick's Day

Thiago Sousa

Irish Coffee ou Caife Gaelach, como se diz na Irlanda, é um daqueles drinks consagrados em todo o mundo. Sua origem remonta ao ano de 1940, quando a travessia transoceânica de avião entre os Estados Unidos e a Irlanda era feita pelos chamados “Barcos Voadores” da saudosa companhia Pan Am. Quando se desembarcava no então aeroporto de Foynes, Limerick, a oeste da Irlanda, no inverno, o frio era simplesmente insuportável.

Foi num desses desembarques que Mr. Joseph Sheridan, então Chef do restaurante do aeroporto, resolveu acrescentar uma generosa dose de um autêntico whiskey irlandes a uma dose de café brasileiro para aquecer os passageiros chegados dos Estados Unidos.

A bebida, servida numa elegante taça de vidro, reconfortou a todos. Quando uma das pessoas perguntou ao Chef Sheridan se “era café brasileiro”, ele simplesmente respondeu que ”não, é um Irish Coffee (café irlandês)”.

A genialidade deste hoje clássico drink está em sua estrutura relativamente simples: café (preferencialmente brasileiro),Irish whiskey, açúcar e creme de leite batido como cobertura. Para que os sabores “passeiem” pelo nosso palato, recomenda-se que a bebida seja sorvida através do creme.

Há uma boa razão para isso: o café brasileiro, em sua estrutura básica de sabores, destaca-se pela doçura e sabor a chocolate e caramelo, cuja percepção é amplificada pelo elevado teor alcoólico do whiskey (em torno dos 39. GL), que carrega consigo um toque de baunilha que o carvalho transmite durante o seu descanso. A gordura do creme de leite funciona como uma cobertura aveludada à nossa boca, cuja resistência ao ser vencida pela combinação do álcool e a temperatura do café, faz com que a mescla de notas de sabor a caramelo e chocolate, juntamente com a elegante baunilha, se tornem irresistíveis!

O dia 17 de março é o Dia de St. Patrick, que é o santo patrono da Irlanda, sendo, pois, uma data nacional deles.

Para comemorar a marcante união de sabores entre típicas bebidas do Brasil e da Irlanda, inicia-se amanhã, dia 17, estendendo-se até o dia 27 deste mês o Irish Coffee Festival, que irá movimentar quase 40 cafeterias em todo o Brasil participantes do programa CC1 – Círculo do Café de Qualidade da ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café.

Será uma ocasião muito boa para você experimentar autênticos Irish Coffees feitos com autênticos Cafés Brasileiros.

E, ainda, há uma outra oportunidade: como parte dos festejos, a ABIC, através do CPC – Centro de Preparação de Café, oferecerá no dia 20 de março um curso gratuito ministrado pela barista Cleia Junqueira aos que quiserem aprender a arte de preparar um belo Irish Coffee. As inscrições devem ser feitas através do endereço carairlanda@uol.com.br .

Para conhecer mais sobre o festival, acesse o link

http://www.irishinstitute.com.br/carairlanda.html

Em tempo: “cara” em gaélico, idioma oficial da Irlanda, significa “amigo”.